quinta-feira, 26 de julho de 2012

Lembra quando eu passei 6 meses sem menstruar e eu não estava grávida? Bons tempos. Realmente muito bons.

Sobre minha viagem, excelente! Conheci lugares lindos, pessoas incríveis, revi amigos queridos e passei por aventuras até que divertidas (que só foram boas quando terminaram, pra ser muito sincera). Tem muita coisa chata de viagem de mochilão, ou pelo menos mochilão low price. Você abre mão quase que completamente do conforto, mas vem em troca a diversão. Eu não recomendo, entretanto, chegar em uma cidade onde você não tem lugar marcado pra dormir porque você sabe que todos os albergues estão lotados e ficar na praça central até, o que, 11h da noite. É possível - provável até, eu diria - que você perca o último trem para o aeroporto e tenha que dormir na escadaria de um dos cartões postais dessa cidade. E talvez você não durma muito bem. Chão de aeroporto é bem melhor, e se você tiver um saco de dormir e uma manta roubada de qualquer linha aérea, digamos, espanhola, sei lá, suas noites serão bem confortáveis, se, é claro, você não se importar com luzes que nunca apagar e pessoas passando e te observando dormir desde as 4h.
Ainda nesse assunto, uma dica é, por mais próxima e confiável que seja a pessoa em cargo do planejamento da sua viagem, a frase 'se você quer algo bem feito, faça você mesmo' se aplica. Pensa naquilo que você quer conhecer, pesquisa antes e monta um plano. Óbvio que você estando com um grupo de pessoas, todo mundo vai ter que ceder um pouco, mas pelo menos vocês não vão perder tempo discutindo 'e agora, pra onde vamos' nem ligando desesperada pro seu pai pedindo dinheiro porque a outra opção é cortar a viagem no meio. Ter as passagens já compradas não é obrigatório e vai te dar uma maior flexibilidade, MAS é importante que você saiba no mínimo quais rotas existem e quanto custa. Perde-se muito tempo e dinheiro indo e vindo dos lugares só porque você são sabia pra onde ir.
Daquilo que eu descobri nessa viagem, países nórdicos são sempre frios, belgas são uns queridos, cuberdons são deliciosos (to desejando um agora ai), Amsterdam É tudo aquilo que falam que ela é e Budapeste foi a minha surpresa incrível e eu amo essa cidade linda de meu deus e os Magyar. E Praga é overrated. E o povo do Maranhão é um fofo.
A questão é, por mais que você passe por uns perrengues tipo acordar e um grupo de bêbados estar te observando na Grand Place de Bruxelas, por mais que você passe frio porque tem quatro pessoas dormindo num saco de dormir onde cabem duas, por mais que você tenha que ouvir seu pai te dar uma bronca por telefone e ainda fazer comentários ácidos no facebook pra deus e o mundo verem que você é uma irresponsável que gasta todo o dinheiro da família (ou talvez nada tão grave assim), é aquela mesma velha ladainha de sempre: vale a pena. Vai, tenta, erra, curte mesmo assim, conhece, pergunta, conversa, veste a cara de pau e segue em frente. Quando você voltar seus problemas ainda estarão lá, nada realmente vai ter mudado, só sua perspectiva das coisas.
Mas pelo menos durante aqueles dias, com aquelas pessoas, naqueles lugares, você vai ser livre.

domingo, 17 de junho de 2012


Porque movimento é a única coisa que mantém a gente fluindo. Não dá pra parar, não importa quão cansada você esteja. Nem se quer é uma boa ideia parar, porque recomeçar depois é um esforço monumental. Então eu vou. Com medos completamentes diferentes dos da últimas vez e sonhos não tão grandes, mas um otimisto e contraditoriamente, uma coragem que eu não sentia antes. I will leave my body and go somewhere else. (Mentchira, o corpinho vai junto).

No roteiro, Frankfurt, Estocolmo, Bruxelas, Amsterdam, Praga e Budapeste. Sim, pretendo dar uma passada em Braga para rever e fechar (ou tentar) as gestalts abertas. It's time to let go. Já dizia F. Scott Fitzgerald em O Estranho Caso de Benjamin Button, 'Our lives are defined by opportunities, even the ones we miss.' E eu não pretendo deixar passar nenhuma.


Let's do this.

Sobre o artista: Kevin Franz é um americano de 23 anos que gosta de, como ele mesmo diz, andar de bicicleta, ler, desenhar e passar o tempo com o gato dele, Merlin. Os desenhos dele são auto-biográficos na maioria das vezes, mas eu acredito que muitas pessoas nessa faixa de idade consigam se  identificar com as mensagens que ele passa. Eu adoro e recomendo que todo mundo de uma olhada no trabalho do cara.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

sigh..

yeeey, só que não.

nada que a gente não estivesse esperando, né, mas mesmo assim continua sendo meio chato. a gente sempre tem aquela esperança de que não vai ser a pior das opções..

depois de 4 meses procurando, pelo menos aquela ansiedade de estar tentando resolver um problema inexistente acabou. meu problema existe, ele é concreto, e isso sempre facilita a solução. e também justifica o fato de depois de 5 anos estagnado, o grau do meu óculos ter aumentado 6 meses depois do meu último exame.


 enfim, here we go. tá na hora de mudar a vida.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

As the present now; will later be past

Eu sempre tive preguiça dessas conversas de felicidade e tristeza e vida e morte e tudo o mais. Mesmo enquanto eu estou vivendo essa situação, eu ainda tenho preguiça. Do meu ponto de vista, a vida é simples. Sabe, aproveita e fim. Não tenta mudar o imutável, não tenta parar o tempo, não gasta tempo com o que você não gosta.

Mas a coisa com depressão é mais ou menos assim: imagina que você decidiu virar presidente da República. Você tem suas teorias de como governar um país, você acha que sabe como fazer, você provavelmente ia gostar de fazer isso. Daí você um dia acorda e pensa 'É ISSO! Vou ser o presidente da República!'.

Isso te torna presidente da República? Pra quem tá em dúvida, a resposta é não. Não, não te torna presidente da República. Se isso é uma coisa que você realmente quer, então é ai que começa o trabalho árduo: se tornar o presidente da República. Você vai ter que acordar todos os dias e lutar por isso, fazer o que tiver que fazer pra conseguir chegar lá, na presidência da República.

O mesmo serve pra quem decide '''''ser feliz''''' (eu não gosto muito dessa terminologia, mas continuemos). Não é uma coisa tão simples, eu descobri, apesar de todos os meus discursos de como na verdade não se existem motivos pra ser triste. Na verdade é bastante complicado. Porque, assim como pra virar presidente da República, você ainda tem que acordar todos os dias e lutar por isso. Você ainda tem que fazer o que tiver que ser feito pra sair desse buraco. A parte difícil, nessa situação, é descobrir o que é que TEM que ser feito. O que é que vai ser que vai tapar esse buraco pra sempre, que vai te convencer que vale a pena.
E quando você já não tem muita energia e disposição, de onde que você tira a força pra buscar nos quatro cantos do mundo o que vai te fazer feliz? Porra, seilá. A questão é que você segue em frente, porque é sua única opção.

As pessoas me perguntam como eu estou e eu respondo 'bem', mais pela preguiça de repetir a minha história ou por tentar explicar como eu tenho me sentido do que pela veracidade da situação. Eu tenho me sentido melhor. Comparado com como eu estive me sentindo, eu deveria dizer ótima, mas não é o caso. Eu ainda não durmo legal, eu ainda tenho não sinto o mesmo prazer com as coisas que eu sempre adorei, eu ainda não fico 1h30 contínua falando sobre qualquer coisa. Em compensação, eu tenho vontade de fazer as coisas, mesmo que o esforço seja infinitamente maior que 6 meses atrás. Eu tenho essa noção na minha cabeça de que vai ficar tudo bem, que eu ainda sou muito nova e tenho a vida inteira pela frente. Ontem eu fui dormir e eu senti uma sensação estranhíssima, quase que como uma paz, um vazio, uma leveza. Ai lógico com comecei a ficar ansiosa e minha noite de sono foi pro saco. Mas foi bom pelos 45s que durou.
Serviu para me dar uma ideia do que é que eu estou buscando. Depois que tudo isso acabar, essa busca interior, esses exames médicos e essa sensação de transitoriedade que me deixa ansiosa, essa insônia infernal e lombeira constante, como que eu quero me sentir? Daquele jeito. Eu quero deitar na minha cama e ficar tranquila e pensar 'amanhã vai ser um dia tão incrível quando hoje'. Nem que o dia seguinte consista de Nintendo DS e miojo (o que, convenhamos, seria um dia excelente).

Eu nunca desejei mudança. Eu sempre fui aberta a elas, mas eu sempre me senti bem com as coisas do jeito que elas estavam e isso sempre me bastou. Hoje eu dia eu mal posso esperar pra tudo ser diferente. E, apesar dos pesares, eu estou correndo atrás do que eu quero.


Algumas notas:
  • Ouçam Times, They Are A-Changing, do Bob Dylan.
  • 'Presidente da República' foi citado 7 vezes no post de hoje.
  • Quem sabe onde eu posso comprar um patins bom e barato? E por bom eu excluindo aqueles que vendem em Lojasmel e Americanas.

quinta-feira, 3 de maio de 2012


"I can’t think again. Not ever again. I don’t know if you’ve ever felt like that. That you wanted to sleep for a thousand years. Or just not exist. Or just not be aware that you do exist. Or something like that. I think wanting that is very morbid, but I want it when I get like this. That’s why I’m trying not to think. I just want it all to stop spinning."
— Charlie, de The Perks of Being a Wallflower

quarta-feira, 2 de maio de 2012


não contente com um tumor, minha endocrinologista suspeita de dois.
embora os sintomas associados com um adenoma na adrenal sejam também causados por síndrome do pânico, o que é uma alternativa mais provável que um tumor. porque eu tive ataqueS de pânico. no plural.

é só que sabe, eu tenho 21 anos de idade. minha vida tá um lixo (sem brincadeira, um lixo) e eu to tendo uma infinidade de coisas ruins acontecendo ao mesmo tempo - porque é sempre assim, LÓGICO -, e eu não consigo situar em que momento foi que eu perdi o domínio dos meus pensamentos. e de pensar que eu sou muito nova ainda pra estar tão perdida assim. e que esse medo irracional que de repente eu to tendo do futuro é completamente infundado e está me incomodando muito. e que é muito fácil pra quem tá vivo falar 'não, mas não vai acontecer nada, fica tranquila', mas ninguém sabe. não é porque você não morreu jovem que ninguém vai morrer jovem. muita gente morreu jovem. só que eu ainda tenho a vida inteira pela frente pra viver, e também pra morrer, porque eu tive um insight em uma das minhas muitas noites mal dormidas de que ninguém tá à salvo de nada na vida. absolutamente nada.
é só eu só não queria morrer me sentindo desse jeito.
eu não quero viver me sentindo desse jeito.

(pra quem não tá situado, eu tive um ataque de pânico fortíssimo 5 meses atrás e achei que ia morrer. foram as piores, sei lá, 3h da minha vida)
muitas vezes eu me acalmo pensando 'mas morrer não é o problema. morrer é pacífico, morrer é tranquilidade, é o nada. é tão simples. o problema é a vida, tão dura e tão imprevisível. morrer é o alívio.' e eu realmente acredito nisso, mas verdade seja dita, ninguém quer morrer.
e ai eu penso e penso e penso e penso e eu sinceramente não quero mais pensar mas infelizmente eu não tenho controle sobre isso então eu penso e penso e penso e eu sempre chego à mesma conclusão: o importante é viver bem. o importante é fazer tudo aqui que você gostaria de fazer, é querer o bem de todos e esperar que os outros esperem o mesmo pra você, mas não se deixar levar se eles não quiserem. não depositar sua felicidade em ninguém além de você mesmo. é impossível ser feliz sozinho? na minha opinião, sim. mas isso não quer dizer que sua felicidade depende das outras pessoas. depende das situações que você vive com elas, do que você aprende com essas situações, do que você aplica disso que você aprendeu. a vida é um movimento constante e, por mais cruel e imprevisível, ela é extremamente simples. você é, e as coisas são, e não tem muito segredo.

apesar disso, dessas filosofias de boteco - porque né, relê isso que eu escrevi e me diz se não parece coisa de gente bêbada - - aliás, quem quiser me chamar pra uns bons drink any time of year, aproveita que to facinha, mas prepara bem o ouvido -, apesar de eu ter decidido que EU ME RECUSO a me sentir pra baixo por mais um dia que seja, eu ainda acordo todos os dias nessa mesma situação. e eu não tenho a menor ideia de como sair dela, porque obviamente a minha recusa e o meu ideal de vida não resolveram nada. e tá bom, eu to indo atrás de atividades diversas do meu interesse, mas eu não estou nenhum pouco animada pra fazê-los. eu não consigo me sentir bem, não importa o quanto eu tente.
eu preciso de alguma coisa que eu não sei o que é. já desabafei tudo isso pra todas as pessoas que me deram atenção por mais de 5min consecutivos, já guardei tudo pra mim, já comi o mundo pra ver se passava, já passei um dia sem comer pra ver se resolvia, já saí com os amigos e fiz festa e cantei aos berros, já fiquei em casa sozinha lendo um livro e bebendo chá, já saí sozinha e cantei baixinho, já recebi os amigos em casa e dei chá pra eles. eu não consigo me preocupar com nada além de mim, mesmo que eu saiba é que estúpido fazer isso e queira parar de focar tanto nos meus problemas. eu continuo sentindo essa coisa estranha, como se eu estivesse esperando alguma coisa acontecer e essa coisa nunca chega. é uma sensação de inquietude, misturada com um desânimo monstro.
eu estou cansada, desanimada e hoje especialmente, extremamente irritada.
se o mundo explodisse no final do ano eu ia achar ótimo, acaba logo essa baboseira e deixa as baratas reinarem absolutas.

e eu to ficando repetitiva, eu sei, mas o blog é meu e eu faço o que eu quiser, se não gostou não leia.
e escrevi tudo em minúsculas mesmo, foda-se tudo.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

3am, I would much rather sleep with you.

É sempre em uns horários assim, entre 1h e 3h da manhã, que eu me sinto completamente perdida. Durante o dia, enquanto eu me mantenho ocupada, eu quase consigo me convencer que eu estou tão bem quanto 'antes'. Eu ainda tenho momentos, em geral no meio de uma frase, quando eu me dou conta de mim mesma. É extremamente irritante, porque eu já sou naturalmente prolixa, e esses episódios em geral me desconcentram e me dão desespero. Eu começo a questionar qual minha posição no universo, e o que será que o futuro guarda pra mim, e será que eu consigo?, e ai alguém estrala os dedos e me força a voltar pro presente. E embora muitas vezes eu tenha perdido completamente o interesse no assunto, eu me forço a continuar ali, e participar, e estar em movimento, porque eu não tenho outra opção.

Mas de madrugada, quando eu não tenho nada nem ninguém pra me distrair, essas perguntas sem resposta me atormentam. Eu me imagino mais velha e mais madura, e tento imaginar como eu fiz pra chegar lá, e eu não consigo. Eu simplesmente não sei o que fazer pra ser exatamente a pessoa que eu gostaria de ser, vivendo a vida que eu gostaria de ter. Eu tenho esse ideal que eu gostaria de atingir, e ele é bastante realista, simples até, eu diria, mas eu não sei como chegar lá.
Não, mentira. Saber eu até sei. O que eu não consigo visualizar é como eu vou passar dessa fase que eu estou agora até a parte onde eu sou quem eu quero ser.

Eu já estou me movimentando pra tornar realidade aqueles antigos sonhos que eu sempre esperei que acontecessem sem qualquer esforço da minha parte. Eu fiz pesquisa de preço de cursos de desenho, fotografia e música, eu olhei grades curriculares de outros cursos de graduação, eu fui atrás de cursos de pós-graduação na minha própria área, eu estou lendo livros sobre budismo e sobre filosofia, planejando viagens. Eu estou tentando, sim, me encontrar, ou encontrar meu caminho pra ser essa tal eu mais velha e madura.

Mas na hora de dormir, quando eu deito na cama e o silêncio grita, nessas horas que ninguém pode estralar os dedos e me puxar de volta pra o presente, é ai que eu começo a me perder de novo. Eu penso - completamente contra a minha vontade - nas coisas tenho feito ultimamente e tento descobrir o que é que eu estou fazendo, porque eu não tenho a menor noção. Tudo isso que eu ando planejando, pra onde isso vai me levar? Como é que essas coisas vão me transportar da pessoa que eu sou até a pessoa que eu quero ser?! Não faz o menor sentido!!! Nessas horas, então, eu entro em desespero, porque não importa o que eu faça, eu vou continuar eu mesma pra sempre, e essa pessoa na minha cabeça é uma ilusão. Vocês conseguem entender o dilema? Dormir tem sido um problema pra mim. O que é uma pena, porque dormir é excelente e sono é uma coisa que me irrita.
Eu sempre acordo no dia seguinte completamente esgotada, mas com a esperança renovada de que talvez hoje seja o dia que alguma coisa vai fazer 'click' e as coisas vão se ajeitar. Eu não nego convites pra nenhum tipo de atividade (tirando ir pra praia num feriado chuvoso), porque sempre existe a possibilidade de as coisas mudarem em algum ponto do dia, o que não iria acontecer se eu ficasse em casa sem fazer nada.

De qualquer forma, eu sei que 'vai passar', 'só o tempo pra resolver essas coisas', 'vai ficar tudo bem', mas isso não significa que enquanto eu não descubro como, minha vida não está péssima. Até ela melhorar, eu aguardo. E agradeço a paciência de todos. (Aliás, surpreendentemente minha família tem se comportado muito bem nesse período. As críticas à minha personalidade e escolha de vestimenta andam bastante raras, e não sei se a notícia do meu possível adenoma se espalhou, mas ontem uma tia fez carinho na minha cabeça, o que foi meio assustador, levando em conta que ela não gosta de mim desde os meus 8 anos de idade.)

quinta-feira, 19 de abril de 2012

colei o 'S' de saves do lado errado ops

Bom, eu não sei o que vocês fazem pra lidar com a vida quando ela beira o insuportável, mas eu faço tudo o que eu consigo pra escapar da realidade e parar de pensar um pouco. E o que me ajuda é chocolateMÚSICA, claro. Então eu montei uma playlist semi deprê, semi otimista pra me ajudar em tempos de alegria escassa, e como não, disponibilizei pro mundo. Vale ouvir (eu acho, né).

Playlist:
Lenine - Paciência
'A vida não para..'
Gotye - Eyes Wide Open
'Everything we had, everything we did; is covered in dust; and this dust is all that's left of us.'
The Avett Brothers - Incomplete and Insecure
'Will I ever know silence without mental violence; will the ringing at night go away?"
Young The Giant - Cough Syrup
'I'm losing my mind, losing my mind, losing control'
Julian Casablancas - 11th Dimension
'It won't end here; your faith has got to be greater than your fear'
John Mayer - The Heart of Life
'No, it will not go the way it should, but I know the heart of life is good'
Keane - Stop for a Minute (feat. K'naan)
'And if I stop for a minute, I think about things I really don't wanna know'
The Strokes - You Only Live Once
'Twenty ways to see the world; twenty ways to start a fight'
The Decemberists - This Is Why We Fight
'This is why, why we fight, why we lie awake'
Doris Day - Que Sera Sera
'Que sera, sera; whatever will be, will be; the future's not ours to see; que sera, sera'
Hedley - Never Too Late
'Who's to say if leaving is better than living in fear?'
The Fray - Happiness
'Let it go, live your life and leave it; then one day you wake up and she'll be home'
fun. - Carry On
'I've closed enough windows to know you can never look back'
Fleetwood Mac - Don't Stop
'All I want is to see you smile; if it takes just a little while'

Para baixar essas músicas in-crí-veis, é só clicar na legenda da arte que eu fiz lá em cima. Aproveitem!

domingo, 15 de abril de 2012

a bolota vermelha indica a hipófise, onde está o puto

Bom, sobre uma outra coisa acontecendo na minha vida: um pouco antes da minha viagem de intercâmbio, quando eu fiz exames de rotina só pra poder garantir que não tinha nada muito errado comigo e que eu não ia precisar de ajuda médica em um país estranho (além de qualquer imprevisto, lógico), eu já tinha dado sinais de alterações hormonais. Nada sério, só me recomendaram um diurético e legal, excelente, tudo resolvido.
Eu não tomei o diurético. A gente sempre espera a coisa apertar um pouco até resolver tomar uma atitude, né. Mas eu não estava me sentindo desconfortável e, numa mistura de médica e louca, que eu tenho em um nível um pouco mais elevado que as outras pessoas, eu achei que o diurético era desnecessário. Aparentemente não era.
Os meses foram passando e aos poucos, alguns sintomas de alterações hormonais foram se fazendo presente. Acne, gente, por favor, já passei da idade né; excesso de pelos, menstruação desregulada, tudo me deixava triste e cansada. Ai blablabla ataque de pânico blablabla voltei. Fui fazer exame de sangue, a bomba:
Não tem UM hormônio que não esteja alterado. Hormônio masculino em excesso, feminino em baixa e, em um surto de carência e querendo se fazer presente, a prolactina.
Ah!, a prolactina. Em mulheres os níveis normais são de 3,4µg/L. Durante a gravidez, os níveis normais são de até 31µg/L. Em mim, a concentração de prolactina está 134µg/L. O exame foi revisado pelo próprio laboratório. Mas esse é um valor muito elevado, então meu médico me recomendou fazer em outro laboratório, o mais confiável da cidade. A concentração foi de 135µg/L.
E o que isso significa afinal? Bom, na verdade eu não tenho um diagnóstico confirmado, apesar de ter todos os sintomas (e eu sou super dramática e simplesmente decidi que esse é o meu destino), mas ao que tudo indica, é um microadenoma da hipófise. Ou seja, UM TUMOR!!!
Again, drama. Continua não sendo nada (muito) sério, é um microadenoma benigno e tudo que ele está fazendo é dar uma bagunçada em todo os meus hormônios e meu emocional e minha vista, que as vezes dá uma embaralhada. E mesmo que não seja um microadenoma, uma vez que na realidade os níveis que indicam a presença de um são aqueles superiores a 200µg/L, o meu continua muito alto e está me incomodando. Eu por acaso estava tomando remédio que podem elevar os níveis da prolactina, mas eu comecei a ter os sintomas antes de começar e fiz os exames de sangue depois de parar, então eles não justificam esses valores.
No caso de ser realmente um prolactinoma, o tratamento é químico no caso de tumores pequenininhos, vou ter que tomar pro resto da vida e boa. Se ele já estiver grandito, uma microcirurgia pela cavidade nasal e o problema é resolvido.
Eu gosto de acreditar que muitos dos meus problemas emocionais estão sendo causados por esse descontrole hormonal, simplesmente porque se for assim, fica mais fácil de resolver. Todas as grávidas atoladas de hormônio dizem que tem mood swings absurdos, porque que com os meus hormônios seria diferente, né? To aqui lutando pelos meus direitos de culpar meu descontrole hormonal pelo meu descontrole emocional.
O caso é que se não for, eu ainda tenho muito serviço pela frente, e pouca disposição pra enfrentá-lo. Torçam por mim então, pessoal. Acendam velinhas pra qualquer entidade superior de sua escolha e cruzem os deditos na esperança de 1. não ser um prolactinoma, só uma concentração muito alta e completamente injustificada de prolactina e 2. assim que eu normalizar meus hormônios, minha vida se normalizar também.

sábado, 14 de abril de 2012

I like life, but I want to fall in love with it.

Uma paixão. Algo de dê um significado pra vida, que me faça acordar todos os dias animada porque 'hoje tem mais daquilo'. O que quer que seja, é isso que eu estou procurando agora.
Saber onde procurar é que sempre foi a parte complicada.

Vejam, eu nunca fui uma pessoa que busca aventuras. Não se enganem, eu até me considero uma pessoa aventureira, dentro dos meus limites, mas eu nunca fui aquela que busca, eu sempre fui a que topa. 'Vamos em tal evento?' 'Vamos muito, que horas?'; 'Eai, o que você tá fazendo?' 'Nossa, nada.' 'Vai rolar um show de uma pessoa desconhecida no meio de um lugar ermo e distante, quer ir?' 'Quero! Onde a gente se encontra?'
E isso sempre me bastou. Me mantinha funcionando, enquanto eu esperava meus sonhos magicamente se realizarem. Porque eu nunca corri muito atrás dos meus próprios sonhos, eles sempre me pareceram inalcançáveis e eu sempre fui muito insegura para correr atrás. O medo de dar tudo errado sempre foi maior do que minha credibilidade em mim mesma.
Só que agora, por algum motivo extremamente irritante que eu desconheço, essas coisas já não me são suficientes, não me satisfazem o suficiente pra me convencer de que a vida vale a pena todo o sofrimento que ainda vem. Porque eu sei que vem. E eu sei que vai ser pior do que essa preview que eu ando vivendo.
E olha, pode parecer drama, mas eu estou sofrendo sim. Se tem duas coisas que eu não desejo pra ninguém no mundo são ataques de pânico e a depressão e ansiedade subsequentes, e a falta de um propósito na vida. É muito ruim, de verdade. Aquele desânimo de viver mesmo se tendo a consciência de que tem tanta beleza no mundo, o desespero de saber que a vida é curta e você tá perdendo tempo não aproveitando tudo e qualquer coisa. Cada momento é uma oportunidade, e a tristeza de saber que você não está agarrando todas elas pelo pescoço, isso é capaz de te destruir.

Assim sendo, eu procuro. Devagar e certamente, eu me levando do chão com uma força que eu não achei que tivesse, ou que fosse precisar, e busco dentro de mim e mundo afora aquilo que vai justificar a minha existência. Eu ainda estou viva, e eu pretendo fazer o melhor de cada dia.
Eu vou começando aos poucos, uma música nova, um jogo no facebook (eu sei gente, é péssimo, mas eu passei por uma fase que nem isso me apetecia), sempre sempre sempre um novo livro, um atrás no outro, tantos quanto eu conseguir colocar na minha mochila. Lentamente me encaminho para coisas maiores, planos mais concretos, sonhos mais plausíveis. Aventuras mais intensas. Amores maiores. E eu hei de chegar naquele ponto, quando você deita na cama satisfeita pelo dia vivido, e acorda animada pra o que quer que te aguarde. Sem medo. Sem arrependimentos.

domingo, 18 de março de 2012

Sobre o endereço do blog, ouçam e amem.



Tin Man

Avett Brothers


"You can't be like meBut be happy that you can't
I see pain but I don't feel it
I am like the old tin man
I'm as worn as a stone
I keep it steady as I can
I see pain but I don't feel it
I am like the old tin man
I miss it
I miss it (oh)
I miss that
Feeling of feeling

I used to fill the sky around
With happiness and joy
I had news to give the wind
To keep my sails and heart employed
I felt people move around me
I felt loneliness and shame
Back then everyday was different
Now each moment is the same

I miss it
I miss it (oh)
I miss that feeling of feeling
The feeling of feeling

The wind upon my face
And caring what it brings this way
The feeling of feeling
These minutes pass away
And caring what I do with them
Baby bring me life or something else

So it goes a man grows cold
Some would say a man grows strong
They say life only grows short
I say the road only grows long

As long as there's a road
My feet will never touch the ground
If you won't give my heart back
I've no need to stick around

I miss it
I miss it (oh)
I miss that
Feeling of feeling
The feeling of feeling
The feeling of feeling"
Uma vez eu escrevi, para uma pessoa desconhecida, que o que importa na vida é ser feliz. Que a gente arrisca a vida todos os dias única e exclusivamente por estarmos vivos. Que a vida é tão frágil, e qualquer coisa pode te levar pra sempre.
E eu sempre acreditei nisso. Sempre foi fácil porque, apesar de eu ter consciência de que toda vez que eu saio de casa, eu não tenho a garantia de que eu vou voltar, nunca me pareceu tão real, tão próximo. Então ser feliz sempre foi simples. E pra mim, ainda é simples. Eu sei de uma série de coisas que me fazem feliz, e são aquelas tão anunciadas pequenas coisas da vida. O sol nascendo. O sol se pondo. Banho de chuva num dia quente. Banho quente num dia frio. Chá, livros e uma boa noite de sono. A good song and some friends to sing along. Vento.
Mas ai eu surtei. Eu fui viver meu sonho, fui pra longe pra ver o mundo de perto, mas eu fui com um medo tão maior do que eu esperava. Maior do que eu achei que fosse. E uma série de acontecimentos me fez acreditar que minha vida tava acabando ali. Naquela hora, naqueles minutos que antecediam o que na minha cabeça era a minha morte iminente, eu me perdi. Por mais feliz que eu estivesse por estar viva, eu comecei a questionar o sentido de tudo. Por que inventaram os carros, a gente vai morrer mesmo. Por que que as pessoas escrevem e leem livros, todo mundo vai morrer. De que que adianta estudar, trabalhar, juntar dinheiro, a gente vai morrer. E me deu uma preguiça de viver. De acordar todos os dias dos próximos (com sorte) 80 anos e ter que enfrentar o dia, e saber que todo o meu esforço perde um pouco do sentido.
Mas e ai, como que eu resolvo essa situação? Morrer eu não quero, obrigada. Viver tá difícil. Dormir uns dias seguidos até tudo passar não tá permitido. Disposição sumiu, alegria fugiu, e uma ansiedade angustiante se instalou sem dar sinais de ir embora tão logo. Escapar de mim mesma e da realidade é impossível, acreditem, eu tentei.
Eu estou tentando, então, aceitar as coisas como elas são. Tentando ser feliz de novo. Tentando não ver o sol nascer e pensar 'puxa vida, mais um'. Tentando não ver o sol se pôr e sentir alívio por ter terminado o dia. Tentando me concentrar em um livro e tentado dormir a noite.
Cada dia fica um pouco mais fácil. Alguns dias parece que não vou conseguir nunca sair desse buraco que eu sinto que eu estou. Tem dias que parece que eu estou com a mão na borda do buraco, faltando só um puxão pra sair dali. Tem dias que eu só sinto saudades de como eu era.
Mas uma hora a gente chega lá. Expor meus pensamentos/sentimentos sempre foi terapêutico, hence o porque de eu fazer terapia. Mas algumas coisas, aquelas que eu não consigo contar nem nas sessões com a psicóloga, essas eu me sinto a vontade pra contar pro mundo.
E que o mundo me dê as respostas que eu quero, quaisquer sejam elas. Que o mundo me devolva pra mim. E que sejamos felizes, todos.
Paciência.