quinta-feira, 26 de julho de 2012

Lembra quando eu passei 6 meses sem menstruar e eu não estava grávida? Bons tempos. Realmente muito bons.

Sobre minha viagem, excelente! Conheci lugares lindos, pessoas incríveis, revi amigos queridos e passei por aventuras até que divertidas (que só foram boas quando terminaram, pra ser muito sincera). Tem muita coisa chata de viagem de mochilão, ou pelo menos mochilão low price. Você abre mão quase que completamente do conforto, mas vem em troca a diversão. Eu não recomendo, entretanto, chegar em uma cidade onde você não tem lugar marcado pra dormir porque você sabe que todos os albergues estão lotados e ficar na praça central até, o que, 11h da noite. É possível - provável até, eu diria - que você perca o último trem para o aeroporto e tenha que dormir na escadaria de um dos cartões postais dessa cidade. E talvez você não durma muito bem. Chão de aeroporto é bem melhor, e se você tiver um saco de dormir e uma manta roubada de qualquer linha aérea, digamos, espanhola, sei lá, suas noites serão bem confortáveis, se, é claro, você não se importar com luzes que nunca apagar e pessoas passando e te observando dormir desde as 4h.
Ainda nesse assunto, uma dica é, por mais próxima e confiável que seja a pessoa em cargo do planejamento da sua viagem, a frase 'se você quer algo bem feito, faça você mesmo' se aplica. Pensa naquilo que você quer conhecer, pesquisa antes e monta um plano. Óbvio que você estando com um grupo de pessoas, todo mundo vai ter que ceder um pouco, mas pelo menos vocês não vão perder tempo discutindo 'e agora, pra onde vamos' nem ligando desesperada pro seu pai pedindo dinheiro porque a outra opção é cortar a viagem no meio. Ter as passagens já compradas não é obrigatório e vai te dar uma maior flexibilidade, MAS é importante que você saiba no mínimo quais rotas existem e quanto custa. Perde-se muito tempo e dinheiro indo e vindo dos lugares só porque você são sabia pra onde ir.
Daquilo que eu descobri nessa viagem, países nórdicos são sempre frios, belgas são uns queridos, cuberdons são deliciosos (to desejando um agora ai), Amsterdam É tudo aquilo que falam que ela é e Budapeste foi a minha surpresa incrível e eu amo essa cidade linda de meu deus e os Magyar. E Praga é overrated. E o povo do Maranhão é um fofo.
A questão é, por mais que você passe por uns perrengues tipo acordar e um grupo de bêbados estar te observando na Grand Place de Bruxelas, por mais que você passe frio porque tem quatro pessoas dormindo num saco de dormir onde cabem duas, por mais que você tenha que ouvir seu pai te dar uma bronca por telefone e ainda fazer comentários ácidos no facebook pra deus e o mundo verem que você é uma irresponsável que gasta todo o dinheiro da família (ou talvez nada tão grave assim), é aquela mesma velha ladainha de sempre: vale a pena. Vai, tenta, erra, curte mesmo assim, conhece, pergunta, conversa, veste a cara de pau e segue em frente. Quando você voltar seus problemas ainda estarão lá, nada realmente vai ter mudado, só sua perspectiva das coisas.
Mas pelo menos durante aqueles dias, com aquelas pessoas, naqueles lugares, você vai ser livre.

domingo, 17 de junho de 2012


Porque movimento é a única coisa que mantém a gente fluindo. Não dá pra parar, não importa quão cansada você esteja. Nem se quer é uma boa ideia parar, porque recomeçar depois é um esforço monumental. Então eu vou. Com medos completamentes diferentes dos da últimas vez e sonhos não tão grandes, mas um otimisto e contraditoriamente, uma coragem que eu não sentia antes. I will leave my body and go somewhere else. (Mentchira, o corpinho vai junto).

No roteiro, Frankfurt, Estocolmo, Bruxelas, Amsterdam, Praga e Budapeste. Sim, pretendo dar uma passada em Braga para rever e fechar (ou tentar) as gestalts abertas. It's time to let go. Já dizia F. Scott Fitzgerald em O Estranho Caso de Benjamin Button, 'Our lives are defined by opportunities, even the ones we miss.' E eu não pretendo deixar passar nenhuma.


Let's do this.

Sobre o artista: Kevin Franz é um americano de 23 anos que gosta de, como ele mesmo diz, andar de bicicleta, ler, desenhar e passar o tempo com o gato dele, Merlin. Os desenhos dele são auto-biográficos na maioria das vezes, mas eu acredito que muitas pessoas nessa faixa de idade consigam se  identificar com as mensagens que ele passa. Eu adoro e recomendo que todo mundo de uma olhada no trabalho do cara.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

sigh..

yeeey, só que não.

nada que a gente não estivesse esperando, né, mas mesmo assim continua sendo meio chato. a gente sempre tem aquela esperança de que não vai ser a pior das opções..

depois de 4 meses procurando, pelo menos aquela ansiedade de estar tentando resolver um problema inexistente acabou. meu problema existe, ele é concreto, e isso sempre facilita a solução. e também justifica o fato de depois de 5 anos estagnado, o grau do meu óculos ter aumentado 6 meses depois do meu último exame.


 enfim, here we go. tá na hora de mudar a vida.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

As the present now; will later be past

Eu sempre tive preguiça dessas conversas de felicidade e tristeza e vida e morte e tudo o mais. Mesmo enquanto eu estou vivendo essa situação, eu ainda tenho preguiça. Do meu ponto de vista, a vida é simples. Sabe, aproveita e fim. Não tenta mudar o imutável, não tenta parar o tempo, não gasta tempo com o que você não gosta.

Mas a coisa com depressão é mais ou menos assim: imagina que você decidiu virar presidente da República. Você tem suas teorias de como governar um país, você acha que sabe como fazer, você provavelmente ia gostar de fazer isso. Daí você um dia acorda e pensa 'É ISSO! Vou ser o presidente da República!'.

Isso te torna presidente da República? Pra quem tá em dúvida, a resposta é não. Não, não te torna presidente da República. Se isso é uma coisa que você realmente quer, então é ai que começa o trabalho árduo: se tornar o presidente da República. Você vai ter que acordar todos os dias e lutar por isso, fazer o que tiver que fazer pra conseguir chegar lá, na presidência da República.

O mesmo serve pra quem decide '''''ser feliz''''' (eu não gosto muito dessa terminologia, mas continuemos). Não é uma coisa tão simples, eu descobri, apesar de todos os meus discursos de como na verdade não se existem motivos pra ser triste. Na verdade é bastante complicado. Porque, assim como pra virar presidente da República, você ainda tem que acordar todos os dias e lutar por isso. Você ainda tem que fazer o que tiver que ser feito pra sair desse buraco. A parte difícil, nessa situação, é descobrir o que é que TEM que ser feito. O que é que vai ser que vai tapar esse buraco pra sempre, que vai te convencer que vale a pena.
E quando você já não tem muita energia e disposição, de onde que você tira a força pra buscar nos quatro cantos do mundo o que vai te fazer feliz? Porra, seilá. A questão é que você segue em frente, porque é sua única opção.

As pessoas me perguntam como eu estou e eu respondo 'bem', mais pela preguiça de repetir a minha história ou por tentar explicar como eu tenho me sentido do que pela veracidade da situação. Eu tenho me sentido melhor. Comparado com como eu estive me sentindo, eu deveria dizer ótima, mas não é o caso. Eu ainda não durmo legal, eu ainda tenho não sinto o mesmo prazer com as coisas que eu sempre adorei, eu ainda não fico 1h30 contínua falando sobre qualquer coisa. Em compensação, eu tenho vontade de fazer as coisas, mesmo que o esforço seja infinitamente maior que 6 meses atrás. Eu tenho essa noção na minha cabeça de que vai ficar tudo bem, que eu ainda sou muito nova e tenho a vida inteira pela frente. Ontem eu fui dormir e eu senti uma sensação estranhíssima, quase que como uma paz, um vazio, uma leveza. Ai lógico com comecei a ficar ansiosa e minha noite de sono foi pro saco. Mas foi bom pelos 45s que durou.
Serviu para me dar uma ideia do que é que eu estou buscando. Depois que tudo isso acabar, essa busca interior, esses exames médicos e essa sensação de transitoriedade que me deixa ansiosa, essa insônia infernal e lombeira constante, como que eu quero me sentir? Daquele jeito. Eu quero deitar na minha cama e ficar tranquila e pensar 'amanhã vai ser um dia tão incrível quando hoje'. Nem que o dia seguinte consista de Nintendo DS e miojo (o que, convenhamos, seria um dia excelente).

Eu nunca desejei mudança. Eu sempre fui aberta a elas, mas eu sempre me senti bem com as coisas do jeito que elas estavam e isso sempre me bastou. Hoje eu dia eu mal posso esperar pra tudo ser diferente. E, apesar dos pesares, eu estou correndo atrás do que eu quero.


Algumas notas:
  • Ouçam Times, They Are A-Changing, do Bob Dylan.
  • 'Presidente da República' foi citado 7 vezes no post de hoje.
  • Quem sabe onde eu posso comprar um patins bom e barato? E por bom eu excluindo aqueles que vendem em Lojasmel e Americanas.

quinta-feira, 3 de maio de 2012


"I can’t think again. Not ever again. I don’t know if you’ve ever felt like that. That you wanted to sleep for a thousand years. Or just not exist. Or just not be aware that you do exist. Or something like that. I think wanting that is very morbid, but I want it when I get like this. That’s why I’m trying not to think. I just want it all to stop spinning."
— Charlie, de The Perks of Being a Wallflower

quarta-feira, 2 de maio de 2012


não contente com um tumor, minha endocrinologista suspeita de dois.
embora os sintomas associados com um adenoma na adrenal sejam também causados por síndrome do pânico, o que é uma alternativa mais provável que um tumor. porque eu tive ataqueS de pânico. no plural.

é só que sabe, eu tenho 21 anos de idade. minha vida tá um lixo (sem brincadeira, um lixo) e eu to tendo uma infinidade de coisas ruins acontecendo ao mesmo tempo - porque é sempre assim, LÓGICO -, e eu não consigo situar em que momento foi que eu perdi o domínio dos meus pensamentos. e de pensar que eu sou muito nova ainda pra estar tão perdida assim. e que esse medo irracional que de repente eu to tendo do futuro é completamente infundado e está me incomodando muito. e que é muito fácil pra quem tá vivo falar 'não, mas não vai acontecer nada, fica tranquila', mas ninguém sabe. não é porque você não morreu jovem que ninguém vai morrer jovem. muita gente morreu jovem. só que eu ainda tenho a vida inteira pela frente pra viver, e também pra morrer, porque eu tive um insight em uma das minhas muitas noites mal dormidas de que ninguém tá à salvo de nada na vida. absolutamente nada.
é só eu só não queria morrer me sentindo desse jeito.
eu não quero viver me sentindo desse jeito.

(pra quem não tá situado, eu tive um ataque de pânico fortíssimo 5 meses atrás e achei que ia morrer. foram as piores, sei lá, 3h da minha vida)
muitas vezes eu me acalmo pensando 'mas morrer não é o problema. morrer é pacífico, morrer é tranquilidade, é o nada. é tão simples. o problema é a vida, tão dura e tão imprevisível. morrer é o alívio.' e eu realmente acredito nisso, mas verdade seja dita, ninguém quer morrer.
e ai eu penso e penso e penso e penso e eu sinceramente não quero mais pensar mas infelizmente eu não tenho controle sobre isso então eu penso e penso e penso e eu sempre chego à mesma conclusão: o importante é viver bem. o importante é fazer tudo aqui que você gostaria de fazer, é querer o bem de todos e esperar que os outros esperem o mesmo pra você, mas não se deixar levar se eles não quiserem. não depositar sua felicidade em ninguém além de você mesmo. é impossível ser feliz sozinho? na minha opinião, sim. mas isso não quer dizer que sua felicidade depende das outras pessoas. depende das situações que você vive com elas, do que você aprende com essas situações, do que você aplica disso que você aprendeu. a vida é um movimento constante e, por mais cruel e imprevisível, ela é extremamente simples. você é, e as coisas são, e não tem muito segredo.

apesar disso, dessas filosofias de boteco - porque né, relê isso que eu escrevi e me diz se não parece coisa de gente bêbada - - aliás, quem quiser me chamar pra uns bons drink any time of year, aproveita que to facinha, mas prepara bem o ouvido -, apesar de eu ter decidido que EU ME RECUSO a me sentir pra baixo por mais um dia que seja, eu ainda acordo todos os dias nessa mesma situação. e eu não tenho a menor ideia de como sair dela, porque obviamente a minha recusa e o meu ideal de vida não resolveram nada. e tá bom, eu to indo atrás de atividades diversas do meu interesse, mas eu não estou nenhum pouco animada pra fazê-los. eu não consigo me sentir bem, não importa o quanto eu tente.
eu preciso de alguma coisa que eu não sei o que é. já desabafei tudo isso pra todas as pessoas que me deram atenção por mais de 5min consecutivos, já guardei tudo pra mim, já comi o mundo pra ver se passava, já passei um dia sem comer pra ver se resolvia, já saí com os amigos e fiz festa e cantei aos berros, já fiquei em casa sozinha lendo um livro e bebendo chá, já saí sozinha e cantei baixinho, já recebi os amigos em casa e dei chá pra eles. eu não consigo me preocupar com nada além de mim, mesmo que eu saiba é que estúpido fazer isso e queira parar de focar tanto nos meus problemas. eu continuo sentindo essa coisa estranha, como se eu estivesse esperando alguma coisa acontecer e essa coisa nunca chega. é uma sensação de inquietude, misturada com um desânimo monstro.
eu estou cansada, desanimada e hoje especialmente, extremamente irritada.
se o mundo explodisse no final do ano eu ia achar ótimo, acaba logo essa baboseira e deixa as baratas reinarem absolutas.

e eu to ficando repetitiva, eu sei, mas o blog é meu e eu faço o que eu quiser, se não gostou não leia.
e escrevi tudo em minúsculas mesmo, foda-se tudo.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

3am, I would much rather sleep with you.

É sempre em uns horários assim, entre 1h e 3h da manhã, que eu me sinto completamente perdida. Durante o dia, enquanto eu me mantenho ocupada, eu quase consigo me convencer que eu estou tão bem quanto 'antes'. Eu ainda tenho momentos, em geral no meio de uma frase, quando eu me dou conta de mim mesma. É extremamente irritante, porque eu já sou naturalmente prolixa, e esses episódios em geral me desconcentram e me dão desespero. Eu começo a questionar qual minha posição no universo, e o que será que o futuro guarda pra mim, e será que eu consigo?, e ai alguém estrala os dedos e me força a voltar pro presente. E embora muitas vezes eu tenha perdido completamente o interesse no assunto, eu me forço a continuar ali, e participar, e estar em movimento, porque eu não tenho outra opção.

Mas de madrugada, quando eu não tenho nada nem ninguém pra me distrair, essas perguntas sem resposta me atormentam. Eu me imagino mais velha e mais madura, e tento imaginar como eu fiz pra chegar lá, e eu não consigo. Eu simplesmente não sei o que fazer pra ser exatamente a pessoa que eu gostaria de ser, vivendo a vida que eu gostaria de ter. Eu tenho esse ideal que eu gostaria de atingir, e ele é bastante realista, simples até, eu diria, mas eu não sei como chegar lá.
Não, mentira. Saber eu até sei. O que eu não consigo visualizar é como eu vou passar dessa fase que eu estou agora até a parte onde eu sou quem eu quero ser.

Eu já estou me movimentando pra tornar realidade aqueles antigos sonhos que eu sempre esperei que acontecessem sem qualquer esforço da minha parte. Eu fiz pesquisa de preço de cursos de desenho, fotografia e música, eu olhei grades curriculares de outros cursos de graduação, eu fui atrás de cursos de pós-graduação na minha própria área, eu estou lendo livros sobre budismo e sobre filosofia, planejando viagens. Eu estou tentando, sim, me encontrar, ou encontrar meu caminho pra ser essa tal eu mais velha e madura.

Mas na hora de dormir, quando eu deito na cama e o silêncio grita, nessas horas que ninguém pode estralar os dedos e me puxar de volta pra o presente, é ai que eu começo a me perder de novo. Eu penso - completamente contra a minha vontade - nas coisas tenho feito ultimamente e tento descobrir o que é que eu estou fazendo, porque eu não tenho a menor noção. Tudo isso que eu ando planejando, pra onde isso vai me levar? Como é que essas coisas vão me transportar da pessoa que eu sou até a pessoa que eu quero ser?! Não faz o menor sentido!!! Nessas horas, então, eu entro em desespero, porque não importa o que eu faça, eu vou continuar eu mesma pra sempre, e essa pessoa na minha cabeça é uma ilusão. Vocês conseguem entender o dilema? Dormir tem sido um problema pra mim. O que é uma pena, porque dormir é excelente e sono é uma coisa que me irrita.
Eu sempre acordo no dia seguinte completamente esgotada, mas com a esperança renovada de que talvez hoje seja o dia que alguma coisa vai fazer 'click' e as coisas vão se ajeitar. Eu não nego convites pra nenhum tipo de atividade (tirando ir pra praia num feriado chuvoso), porque sempre existe a possibilidade de as coisas mudarem em algum ponto do dia, o que não iria acontecer se eu ficasse em casa sem fazer nada.

De qualquer forma, eu sei que 'vai passar', 'só o tempo pra resolver essas coisas', 'vai ficar tudo bem', mas isso não significa que enquanto eu não descubro como, minha vida não está péssima. Até ela melhorar, eu aguardo. E agradeço a paciência de todos. (Aliás, surpreendentemente minha família tem se comportado muito bem nesse período. As críticas à minha personalidade e escolha de vestimenta andam bastante raras, e não sei se a notícia do meu possível adenoma se espalhou, mas ontem uma tia fez carinho na minha cabeça, o que foi meio assustador, levando em conta que ela não gosta de mim desde os meus 8 anos de idade.)